quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Toques ou trechos: dos contos (de # 9 a # 12)


Até onde vai a privatização?...

"A segunda cidade do Brasil vendida à iniciativa privada foi Juazeiro do Norte, em 2072. O conglomerado que venceu a licitação, o Consórcio Cariri, era formado por empresas de diversas áreas (especialmente Engenharia, Construção e Comunicação), não por acaso as mesmos que construíram, entre 2030 e 2050, as usinas nucleares de Desapregado (em Araripe, perto do Piauí) e de Monte Horebe, no estado da Paraíba. Toda a região foi privatizada em um pacote só, incluindo as usinas."  
Do conto “O Ditador de Pensamentos",  
# 9 da série "Toques ou trechos de e sobre o livro '2112 ...é o fim!'"


Ainda sob a inspiração de Cruz e Sousa, cujos "Últimos e Inéditos" foram compilados por Uelinton Farias Alves, em lançamento da editora Nandyala Livraria Editora:  
"Lambendo os beiços, Zat beijou a mulher no cangote. E pela tarde e noite os dois comeram, de vez em quando, um ao outro e a tainha, como há muito a vida não lhes permitia... Lá por volta da terceira, Zat falou qualquer coisa de 'um grande amor, grande amor, grande mistério que as nossas almas trêmulas enlaça... Céu que nos beija, céu que nos abraça num abismo de luz profundo e sério'. Sem ter como anotar, descomposta que estava, esparramada pela cama, Gava implorou a repetição, infinitas vezes: queria decorar."  
Do conto "O Poeta e a Parceira",

# 10 da série "Toques ou trechos de e sobre o livro '2112 ...é o fim!'"



Somos um Rio... que vai virar um Mar!”  
“Entrei pelos 2030 com a nada vaga impressão de que o Rio chafurdava em ressurgentes águas. E eram as antigas lagoas e os brejos que, pela pressão do mar, retomavam seus lugares: o boqueirão da Ajuda, a lagoa do Desterro, a da Sentinela, o mangue de São Diogo, as ilhas do Fundão, os campos de Guaratiba, os rios da Baixada...”  
Do conto "Memórias Póstumas do Rio de Janeiro ",
# 11 da série "Toques ou trechos de e sobre o livro '2112 ...é o fim!'".

Encontros futurosos...
"
Sentia algum desconforto nos cavernames daquele antro metálico... No horizonte cibernético, agudos ruídos bem que lembravam as madrugadas venturosas de seu galinho Vermelhinho, mas, qualquera, não passavam de energia estática... Ele mesmo, e assuntou-se, nem se mexia muito bem, parece que engordara alguns megabytes... Eis que a noite já se abria em lua cheia quando ouviu, chegado repentinamente às beiradas nervurosas do mar, uns murmúrios chorosos, um canto quebrado... Era a primeira vivalma que lhe aparecia, e nem era das viventes mais comuns..."

Do conto "O coronel e o computador",
# 12 da série "Toques ou trechos de e sobre o livro '2112 ...é o fim!'"

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